quarta-feira, 8 de outubro de 2014

764. O DEGREDADO



sem desejo
falo-te do meu desejo

deprimido
a razão sem sentido

a vontade morta
do corpo inerte

falo-te do que senti
tua ternura   teus abraços

das tuas pernas os laços
de teus lábios o mel

e das contracções
vaginais

os uis      os ais
os gritos   os salpicos

do esperma espalhado
no teu ventre aguado

falo-te de tudo
e do nada

do que amo
e amei

do que hoje sou
pobre amante

o degredado





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