segunda-feira, 2 de junho de 2014

682. VIRULÊNCIA




o céu nomeou-se à terra no remanso das águas virulentas     a mais bela de todas as mulheres incrustada a prata e oiro desceu o rio amarelo numa barca
um cravo encarnado em alto promontório demarcava o paraíso das crianças por baptizar
cana esguia da calma ilha de vales secos
nos ventos a mensagem de deuses esculpidos no espírito dos homens
música golpeada por espadas de dois gumes     o filho do viajante revolve a luxúria
fonte que chora a penúria do lugar     precipício sem início     torreão de todas as tribos bárbaras confundidas nas vozes dos pastores
o fosso dos senhores arranca-nos os olhos fumegantes
enquanto mãos e bocas ardem em instantes





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