segunda-feira, 2 de junho de 2014

668. A VONTADE DOS CÉUS




naquele momento fugaz os lavradores detiveram-se suplicantes perscrutando a vontade dos céus
indagavam o infinito daquele imenso lameiro a irromper selvagem do seio da terra-mãe

perturbados     alheados ao mundo     com marcas de fogo nas sacholas que grasniam
pulmões aumentados apontavam a dor do horizonte insaciável
nunca haviam lacrimejado
dos olhos pássaros feneciam nas flores desfeitas

o credor nos umbrais enquanto na colina nascia mais uma primavera

o muro de pedra solta testemunhava os lugares remotos de peregrinações obsoletas
aí folgavam as raparigas em melancólica alegria

lugar onde por gosto cada trabalhador suava e sem pejo mataria
quem tão lentamente o matava





Sem comentários:

Enviar um comentário