segunda-feira, 2 de junho de 2014

662. ADEUS




naquele país a música tinha dentes brancos
sem culpa ou pecado

sorriso de perfeita harmonia cercado de prodígios
na melodia do sacro recinto pesavam-se corpos sóbrios e untuosos 

contávamos as estrelas em noites de lua nova
terço do sagrado coração
em cada arvoredo uma canção

nenhum homem experimentaria nesta vida tão dócil prazer
nenhum rei de terras alheias adormeceria plácido à sua sombra
adeus noite passada     cidade onde nasci     vielas onde me perdi

uma coroa debruada por larvas no corpo exausto da verdade santificada
e aquela ave como lira alienada a cada nota exalada suspirava

vaga essência de alma onde já nada respirava





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