segunda-feira, 2 de junho de 2014

660. O TEU RENASCIMENTO




o passado revolve-se no charco da inconstância onde o espírito das estações já mortas silencia os prados

um frio atroz toca as águas estagnadas com os dedos geados     crepúsculo     cavalo alucinado zumbe junto da janela aberta à intempérie dos corações
nela     ela     de braços cruzados fia calada um sorriso abissal

forte é o vento a sacudir ervas e árvores com marcas de dinamite nos regaços     esquiva a primeira estrela faz findar a luz do dia     saias virgens baloiçam entre sóis no seio da terra pelas mãos escavada     honra perdida espezinhada no giestal

e a estrela vai morrendo
cedendo alienada
o lugar ao teu renascimento





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