segunda-feira, 2 de junho de 2014

654. LAMPIÃO




homem errante
porque erras 
como quem foge de seu próprio túmulo
em imperioso grito de negação

do sertão acerca-se a morte
óculos redondos     a tocaia ensanguentada de sono     a morte jogada no relógio colorido do pulso decepado
sorte de espírito boémio

no mato estão os teus leitos
os teus amores
o perfume de teus crimes
a canção de teus feitos
no odor das tuas vísceras





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