segunda-feira, 2 de junho de 2014

647. ATÉ OS TRAPOS SÃO VELHOS




o carrasqueiro antigo

não há quem queira ser velho
se os trapos o são porque razão não o seremos nós também

vegeta a desídia no tempo     narcotizam-se raízes no espaço

mães que concebem filhos para a insipiência do trabalho e efemeridade da ambição

amanhã é domingo
fato com ténue olor a naftalina
dia de banho na aldeia
a vitalina arejou a igreja
cravos rosas e crisântemos
mimos depositados em jarras
e uma mão-cheia
de cristãos-submarinos





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