segunda-feira, 2 de junho de 2014

635. O MILAGRE DOS DIAS




lembro-me vagamente de quando aclamava o deus de jacob 
o verde dos lameiros brilhava ao sol matinal     as encostas da serra vestidas de ramarias eram menos agrestes e as velhas casas graníticas ruminadas pelos temporais mais acolhedoras
ressoavam trombetas pelos becos e vielas do lugarejo e os meus olhos estavam abertos às coisas renovadas pelo milagre dos dias
à cidade santa não se cerravam ouvidos e olhos     os ossos não mirravam na ruína das torres iluminadas pela sua face     
miseráveis na carne     abastados de alma
corriam-nos no sangue os milagres do egipto
vamos para a casa do senhor
gritávamos
saudades de sião
do alto dos céus pendiam anjos coloridos enquanto um único pastor com o seu rebanho espalhado pela colina colhia uma chuva de bênçãos
rei aclamado de moisés e aarão     clemente     compassivo     luz de verdade
o senhor dos exércitos
na minha conturbada mente
agora em debandada





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