quarta-feira, 25 de setembro de 2013

611. ADEUS ALDEIA





o vale consumiu a sua beleza

    incendiados os verdes pinhais
    os raquíticos castinçais
    brejos por lavrar

até os amores da infância ardem nos círios oblíquos da ermida
    morreram os poetas sonhadores     

olhos que não se deleitam nos verdes luzidios
visão contaminada pela inveja e hipocrisia das gerações doiradas

saúdo os anciãos no peito da saudade
inclino-me perante as campas abandonadas
covais antigos
a minha oração é desesperança
meu coração tições afogueados

    a honra perdida
    nunca mais será vista
    nem alcançada

            adeus aldeia
                adeus


http://www.homeoesp.org/livros_online.html



Sem comentários:

Enviar um comentário