domingo, 1 de setembro de 2013

559. DÓRIS





as águas do rio subiram naturalmente

nas suas gelhas cintilam estrelas

passa um veleiro em bolina cerrada
para onde irá
sul onde o quente é mais quente
norte     setentrião onde a terra é gelada

marear a cavalo na nortada

gente nas margens
uma marina cheia de nada

onde estão os navegantes
os sólidos pescadores?

oh dores de portugal
que morre e deixa morrer
nos catres de farrapos transfigurados
a imagem lúcida da afoiteza

dóris gelados 
nos mares cruzados 
dos bancos da terra nova
ornados a gelo e névoa

uma viúva perdeu o marido
pelo seu filho agora reza

erva orvalhada

por destino o solo desprezado


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