domingo, 1 de setembro de 2013

558. OUTRA VIRÁ





já o sol amamentou de fogo o horizonte

braços nus de ninfas lacustres perdem cor no peito de sátiros

longínquas estão as nuvens de chuva tépida a almiscarar os leitos exangues


árvores que enegrecem na luneta de óptica escura pintam a paisagem monotípica

um canavial roça-se lascivo

uma casa branca na colina
e uma criança que brinca no quintal de bolbos adormecidos

arrozais do passado
comportas nas valas desertas 
as carpas     que é feito delas?


nessas palavras que ocultas     fementidas 
lucraste a deslembrança

a ti 
esqueço-te
vai em paz

já te esqueci
outra virá

a morte derrama-se lânguida sobre a vida
amanhã os rios celestes serão a via renascida

e a outra será

mais bela
mais dócil
mais verdadeira
mais ela

mais outra que virá


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