terça-feira, 20 de agosto de 2013

556. O POVO TEM O QUE MERECE





foram-nos dados
governados por crianças

o povo tem o que merece

estão dispersos nas nuvens que sombreiam o rio de cristal
passa um carro amarelo com calças de cabedal     cor preta
cardado pela baeta


ah donzela de portugal
cruel é tua linguagem neste vale de ossos     fraguedo das lamentações

há para tudo um tempo
mas nunca conseguirás resgatar a morte dos que abandonaste no cais da adversidade
nem o dialecto da falsidade

o caminho para a estrumeira enche-se de cardos e espinhos bravos
aos eunucos estremecem-lhe as entranhas
os altares de folha de oiro devastados
insolentes ficam     os santos escorraçados

tempo de calar

a invenção do lucro corrompido
libertinagem insensata da natura do compasso
a chagar a penha sanguinolenta

cão que ladra não aferra




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