sábado, 17 de agosto de 2013

550. A ALTERNADEIRA





olho para fora e vejo dentro

vidros que a noite mágica transforma em espelhos
assentos cortinados     um bloco de papel com mão que reconheço a escrever
e há as luzes leitosas da viagem reflectidas na bagagem
sofrivelmente dispersa pela carruagem 

pernas dependuradas nas sandálias
unhas pintadas de negro
a viajante dormita     curtos calções exibem as formas

alguém disse que é do alterne     outro do sobe-e-desce     puta convenhamos
não sei e pouco me interessa     que poderei eu saber?
talvez goste de foder     talvez goste do que nós tanto gostamos de fazer


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