quarta-feira, 14 de agosto de 2013

535. FORNOS DE ALGODRES





a gare     fornos de algodres     onde sopra a brisa da memória
depois de uma semana de retiro a canícula percorre-me o corpo embevecido pela visão dos carris lustrosos

ninguém no apeadeiro     apenas o silêncio da solidão e o leve sopro da aragem nas folhas ardentes da vegetação
traves protegidas por óleo queimado gemem ao sol postado à meridiana     dezenas de vagões estacionados aguardam a carga que tarda
a minha vontade     mimosas que oscilam ao vento oscilante     partida que é chegada chegada partida     
vagabundo da vida     será esse o meu destino?

penso nos nossos projectos
nas forças debilitadas pelo desapontamento     

gostaria de retornar ao meu quarto longe do murmúrio da cidade     sou lacedemónio     
as luzes do mundo já me não seduzem
vou e quero voltar na urgência de alma que se rasga e fragmenta


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