quarta-feira, 14 de agosto de 2013

514. A FLOR DE MAHAKASHYAP





mesmo autenticando a inutilidade da palavra persisto em falar
lavrar impiedades no papel precioso quando vazio e improfícuo se preenchido de sinais burlescos

observo a flor em silêncio que mahakashyap olhou
só a flor existe na campina que a esgota e é por ela consumida
só mahakashyap compreendeu

louco porque razão tropeças nos teus próprios passos?


primeiros passos da criança-nova

evacuar a alma
emudecer a voz
não encalçar nada

depois com a mente desapossada de todas as inanidades voar sobre a ravina mortífera para além do próprio vazio planando nos céus sem opostos

e descoberto o buda mata-o     vai além      mais além     além para além do além 

a verdade num corpo e numa alma a ocupar e a consagrar amorosamente o universo




Sem comentários:

Enviar um comentário