sábado, 15 de junho de 2013

46. A CASA DA FLORESTA





os sentidos penetravam a essência das coisas mortas 

naquele movimento incessante da lua que rasgava lentamente o véu do templo 
iluminava-se o fio de poeira suspensa

estava ali como também no odor orvalhado do vale e para lá de todas as montanhas purpurinas

o vento rugia nos pinheiros anões
sibilante na urze rasteira
o rebanho juntara-se a poente da casa da floresta
um cão encrespado farejava a rajada solitária

o tecto do mundo enegreceu súbito
grossas gotas de água tombam das encostas do céu
a chuva aumenta enchendo de água as depressões dos carreiros desertos
o pastor abriga-se cobrindo-se de telhas partidas pelo gelo e murmura em esquiva linguagem o desconforto da humidade


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