sábado, 29 de junho de 2013

453. SAUDADES SEMPRE





na pradaria um bisonte desgarrado     juba luxuriante  
barba exuberante 
ombros altos como possante homem das estepes     nas omoplatas armas letais
afastara-se da manada apesar de ser macho dominante
o mundo a seus pés

cavalo branco seguia-o nas terras de caça
afastando-se do acampamento de verão

na tenda
à porta 
triste e sofrida
sua amante
ave vermelha
esperava

o búfalo alado voava
cavalo branco
esgotado

passaram-se anos     anos após anos a cavalgar em manta gasta
numa mão a imagem do bisonte
na outra a da amante

fora vencido
queria voltar
ao lume dócil de sua tenda
braços de sua amada

nunca conseguiu encontrar o caminho de regresso
morreria de saudade a florescer no coração
com ave vermelha a definhar em choro de dor

já não era cavalo branco
o grande guerreiro
o caçador

seria eternamente
saudades de amor
e seu nome




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