sábado, 29 de junho de 2013

440. AMEMO-NOS





como é perigosa a felicidade
as nuvens incendiadas
no inverno
tempestade de verão

não podemos adiar os gritos horrendos do combate
brincando no formigueiro envenenado
abandonando as espadas da vitória
triunfais gumes

o cadáver dos dias esgotados murchos
o silêncio
mas subitamente
o toque
a alvorada
as armas

não podemos adiar a guerra dos lábios acesos
presos infinitamente ao sexo dos sonhos idos

não perguntes nada
seja o que for
mantém-te calada
armemo-nos
amemo-nos



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