sexta-feira, 28 de junho de 2013

413. MONGE ERRANTE





juntos descemos os degraus doirados
nas negras pedras do fogo de seda 
das pontas carminadas da vigília extinta
adormecemos exaustos

e agora
tu
nua
a uma almofada agarrada
olhos negros
cerrados
a aferrolhar a noite
nos grilhões do dia azul 

eu
suado
no velho soalho
de novo um desterrado
olhar vago e distante
com teu sexo exposto ao lado

parto sem partir
o corpo no quarto a alma no horizonte
monge errante de leito em leito
peito rasgado e sanguinolento
pulsátil como o vulcão de um monte 
do teu veneno sempre sedento


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