sexta-feira, 28 de junho de 2013

400. QUE O AMAR COMIGO MORRA NO MAR





negritude

não li por escuridão por dormência do espírito vagabundo

em que pensas tu irmão

nos olhos dela     nos seus olhos azuis

e no mar
no profundo abismo

nunca mais saí aos temporais
às vagas crispadas de rugas
não mais capeei em capa ardente
olhando o mar de frente
temente
mas não como essa
gente florida
das marinas       
cobarde e doente

se o mar me matasse     eu
eu morreria
contente

há um mar que corre em nós

amar

há veias
veios d’água e sal
de lágrimas
por te não honrar

há um mar escondido
nos confins da alma
muro erguido
em redor 
da lua
em noite estrelada

salpicou-me o lanceiro
feriu-me o flanco
de lírios
azuis

e teu olhar
tua feição
é uma mentira
que mente ao mar
que te mente a ti
incerta paixão

se o que mente mata

que o amar comigo morra



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