sexta-feira, 28 de junho de 2013

397. SOL LÁ FORA





sol lá fora que não estrangula o frio gélido
dentro de casa e de mim 
a alma oprimida revolta-se na indecisão
no não saber 
dizer sim ou não

há sol lá fora
cá dentro escuridão
em manso coração 
que apenas quer de tantas guerras descanso
de tantas lutas

renhidas lutas travadas contra moinhos
moinhos de vento sem vento
águas paradas no movimento
de barqueiro adormecido

e há lençóis de linho rasgados em êxtases já olvidados
perde-se a memória     perdidos amores gastos em tempo desordenado
não     não sei     não não saberei     não nunca o virei a saber
se o castigo me advém do mal que fiz ou do que farei
não     não sei se o castigo a caminho vem ou não

estou aqui     sofro     mas estou 
quase incólume     invejado e sóbrio
de taça vazia numa mão
na outra punhal aguçado
triste     desalentado     pleno de dores
mas armado




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