o frio do alto fez-me calçar uma luva na mão dormente
com a abóbada do dia a fechar-se no seio do absoluto
olhei o tempo desconfiado de estranheza
e pensei que não é julho ou agosto
noite ou dia tempo incomensurável
medido por falso passe de alquimia
não conheço as estações julgo ter transitado
de planeta galáxia universo e fico triste
sem movimentos na música de água que escorre e paralisa
nas jornadas vegetais vazias do granito cinzento
escuro puro e frio
percebo agora ou às vezes
que não é preciso amar para amar
basta olhar olhar de ver
olhar sem pensar olhar de amar
e então amo
amo como nunca ninguém amou
a pedra
o rio
um ermo
a nuvem
o mar e
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