sou no mundo o animal selvagem
oculto em floresta de silvas e espinheiros
a água dispersa no coração
do banquete de monstros e orquídeas
o vinho que enche as taças efervescentes
das noites pecaminosas de luar
sou a alma negra do tumulto
a afagar morte com tranças de vidoeiro
o que espera na estrada sem berma
a aparição da doce aragem de romã madura
que sulca os mares perdidos de sangue
sem destino ou rumo na nau fantasma
o que se alimenta vorazmente do tempo
e sente que gota a gota se derrama
no oceano da vida que finda
Sem comentários:
Enviar um comentário