segunda-feira, 24 de junho de 2013

340. SEMPRE ESTA VONTADE DE VIVER





para além destas paredes é tudo tão visível     tão claro tão sensível     passamos através delas para penetrar na praça sórdida onde habitam os pombos da mendicidade     os mortos-vivos fosforescentes 
cidade ensandecida

vivemos no ventre dos nossos pressentimentos sem razão
e há o terraço sobre o tejo onde nos apoiamos para ver as caravelas do mofo capitaneadas por velhos negreiros pardos
e há esta pressa absurda de fazer coisas

acendemos uma vela para afugentar a escuridade

mais logo o dia despertará pleno de semblantes cansados

mas sempre esta vontade de viver em tempo de amor escasso


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