segunda-feira, 24 de junho de 2013

308. NAQUELE TEMPO HAVIA O CAFÉ DA PRAÇA





naquele tempo
havia o café da praça     aí se juntavam os pensadores e poetas da vila ribeirinha     discutia-se o universo na cabeça de uma espínula
um universo espantoso a esgueirar-se colossal para a cabeça de pequeno alfinete de costura     um universo infinito a nascer desse ponto minúsculo já infinito     
fantasma quente dos tempos que não nasceram com o big bang
tinham existido tantas explosões quantas o infinito e a eternidade comportam
o mundo era a bola da eterna-criança a rolar alegre vistosa colorida em todo-o-sempre

os filósofos serenos com as mãos pensativas nos dedos expressivos do rosto
os poetas escreveram um hino à eternidade e ao infinito
um hino que ninguém entendeu nem mesmo eles poetas
hoje já não existe o café da praça
há a solidão da minha casa e das deambulações poéticas e metafísicas sem combate


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