domingo, 23 de junho de 2013

306. PEQUENOS POEMAS





a primavera 
sem pressa
caminha nas urgueiras
nos giestais de branca flor
nas pinhas sonâmbulas dos pinhais
dando voz aos chapins
e aos pardais


*


a solidão
tem um perfume
que só os eleitos apreciam


*


de ti venho
para ti vou
és tu que eu sou


*


é bela a sombra – 
aponta sempre
o trilho da luz


*


alma que se consome nas delícias do amor
carne rasgada pela vibração dos sentidos -
alma sem pecado


*


corro atrás do vento
de quando em vez agarro-o 
de vez em quando cavalgo-o


*


lareira de primavera
e o som de bach
a envolver as chamas


*


geada
campos brancos – 
a dor de uma alma angustiada
nos botões da cerejeira por florir


*


o sol enlouqueceu
a lua de amor –
suor de primavera


*


o meu testamento
nada tem de extenso –



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