as folhas de outono
têm cor de fogo e mel
enquanto as árvores
choram ao vento
contorcendo-se de dor
olho-as atento nos seus prantos
e penso como somos semelhantes
no sofrimento do fel que bebemos
na absoluta ausência de amor
no outono morre-se vagarosamente
aguarda-se o túmulo gélido coberto de geada
e de erva fresca inocente e frágil
no outono lembram-se as culpas dos vivos
desculpam-se os mortos
rezando-se pela alma dos santos
no outono caem lágrimas de sangue
nas folhas em carne viva
e nos ramos uivantes
as folhas de outono
têm cor de fogo e mel
enquanto o meu coração
se enche de fel
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