domingo, 23 de junho de 2013

261. NÃO ENCONTRO SENTIDO





não encontro sentido
ou aroma

não vislumbro horizonte
ou rumo

não estou
não ligo
não peço
não digo

chegou a primavera
terna
colorida
doce e envolvida

não vejo
não cheiro
não sinto
não encontro

para esta alma atormentada
um abrigo

senhor
a urze estremece
ao vento sul

a pedra brilha ao sol
matutino
e eu

estou só na teia
que tece
e é tecida

que por um momento
me embriaga com vinho

me seduz
espanta
reluz
e
faz recuar 



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