ó vento triste
como eu
sem mulher
que te abrace
nem amante
duradoura
alma cansada
da mudança
de muitos amores
com enfado modelados
nas serras as cores pintadas
as fontes claras como vidros
em espelho laqueadas
os cabelos a esvoaçar transparentes
uma mulher outra e outra
estátuas vivas da volúpia
a abrasar a neve
leve e suavemente
vento
de muitos amores
meus
teus
até que a morte nos apague
e acenda
porque a brisa que ofusca a luz
Sem comentários:
Enviar um comentário