terça-feira, 11 de junho de 2013

24. AGUARDO POR TI PAZ





sem pensamento
a noite paira na choupana

sem sentimento desabrocha um lírio de meu peito

pelas margens do cérebro 
em cascata corre veloz
o rio nocturno de prata

veloz abeira-se
do azul do mar

ser um
com a imensidão
de oceano sem fim
amado oculto
de navegador solitário

tanto mar
tão escasso é o amar
tão amargo o sofrimento 
do pescador de almas

o covo vazio ofende
o pote de argila que se quebra
nos rochedos da vida

minha cabana é pobre de palavras

assim se fala
com olhos de olhar 
até que o dia 
se espreguice dolente
por mais não querer dormir
ou por tanto faz




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