quarta-feira, 19 de junho de 2013

226. LÁBIOS QUE MUITO QUERO





não sabia
nem sei
como lhe havia ou hei-de dizer
o que sinto o que sou o que desejo

tão jovem
rebento de árvore celeste
a emergir do mais profundo azul
com os sonhos mortos de amor
a navegarem soltos no corpo
ao destino de um beijo alheio

tão jovem
no olhar melancólico
de pedra talhada no deserto
a oscilar
entre os meus olhos brandos
e os arbustos acesos da colina

boca fina 
de ninguém
lábios que muito quero
que lhe não peço
e não sei
se lhos hei-de pedir ou não


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