quarta-feira, 19 de junho de 2013

215. A MORTE É SEMPRE QUENTE





a lua viaja no céu vazio     há pirilampos suspensos nas sombras     uma lareira com paus de pinho crepita no abrigo da montanha     há mantas desfeitas enroladas nos corpos sofridos de dois mendigos esfarrapados pela neve e pelo temporal     uma côdea de pão verde de mão em mão      o lume arrefece     um dos pobres velhos adormece     não sonha     o outro mais novo de longas barbas proféticas espreita pelo janelo a morte da luz a arrojar-se pelas pedras fúnebres do cemitério
se morresse não teria frio



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