quarta-feira, 19 de junho de 2013

206. VELHICE





parto
náusea da partida
feral e ansiosa a chegada

envelheço
sem a cidade afrontada
aos meus pés
agora que a desejo esmagar
verme da repugnância
lodo imundo a deambular
no negrume

luzes desertas flutuam 
nas linhas brancas do asfalto
áleas tomadas de assalto
por aprendizes de curandeiro
das noites doentes
dardos de luar

nós 
os velhos
ainda decidimos
querendo
no recato de velhos bares bolorentos
o esqueleto por depurar
de país nocturno



Sem comentários:

Enviar um comentário