recordo-me neste véu translúcido do tempo
que apenas em petiz te adorei
com preces azuis ajoelhado aos pés hirtos das colunas de pedra
e como te adorava
e como sentia a alma plena a palpitar de vida a animar o templo das delícias e esperanças
hoje soletro os meus vícios caudalosos e os mais obscenos apetites
sou o que sou e pelo que sou
sou sem mais ser nem um pouco mais nem um mais a menos
vivo a viver
assim devo ter nascido assim espero morrer
por vezes humano tão humano que me arrepia
outras animal sem tino em caldeira fria
sem destino sem razão sem outra vontade que não a de incendiar corpos
e se te voltar a adorar
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