a morte estava diante dele
oferecendo-se como ode das coisas antigas
das insónias imemoriais
batera-lhe à porta
desta vez encontrara-o
sem fé na recompensa de um outro mundo
como trevo florido na lua escura
e os dias a não contarem horas de sol
um canto suave atravessou a superfície do mar amarelo
violetas sangraram na neve
os restos frígidos das paredes caiadas de estopa
afundaram-se nas palavras da loucura
um remo saudou as águas contra a corrente de frio mármore
as colunas dos palácios mortuários cederam ao peso dos arcos
e os portões reais abriram-se
à voz da guilhotina
a morte batera-lhe à porta
enquanto o sol se punha por detrás dele
lembrando seu próprio corpo
a repousar sob uma cruz verde
sem nome registado
dum mundo encerrado na concha vazia e inerte
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