segunda-feira, 17 de junho de 2013

151. DESEJO REPARTIDO





o desejo repartia-se alígero na pele seca 
a noite escurecia mergulhando nas janelas viradas ao mar
uma estrela movia-se lentamente entre o leito desfeito e revolvido por corpo em agonia e a linha quebrada do horizonte nublado por riscas de sangue opaco
ninguém vinha
acomodou o coxim acomodou-se a si
na camisa de cetim em desassossego ardente citou o sono distante
não haveria quem pudesse condenar os sonhos nascidos do sexo latejante
morria de amor
em dor
e tédio
que sem tamanho ou medida
não podia em caso algum 
ter remédio



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