segunda-feira, 17 de junho de 2013

145. FANTASMAS DE MARINHEIROS MORTOS





meses há que escotas e adriças me não correm pelas mãos calejadas
afinando o rumo aos teus seios salpicados de sangue

o mar bate nas costas de ilhas despovoadas
que se alagam de pedras negras 
raiadas
roubadas às praias rochosas e desertas

aí vivem fantasmas de marinheiros mortos
entoando em coro a triste canção do velame despedaçado
e do tabuado escuro à deriva

e à noite 
quando as ondas se desfazem em longas cabeleiras nas praias
ouvem-se nas canções longínquas



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