domingo, 16 de junho de 2013

104. UMA TARDE PARA AMAR




uma tarde para amar
uma cruz nas costas cegas do calendário

as vacas sacodem as moscas enquanto fazem sexo 

sexo fazer só para vitelo nascer
fora disso 
fornicar é tentação do diabo

corpos rasgados na noite
nas capelas construídas em pontes

um elefante de marfim alumia a penumbra da sala

o amor veste-se de negro
persistente
no limite das nossas mãos

o guarda-nocturno oculta-se no muro anão
coca-mãozinhas
e conta
uma a uma
as mulheres que entram
na gaiola oculta



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