domingo, 16 de junho de 2013

103. OS ANOS NÃO PERDOAM





poucos os anos
os anos são sempre poucos 
e passam mais depressa
que a temível velhice

as tuas carnes apodreciam no bule de seis asas

uma mariposa esvoaça nas veias

ansiosa a dona do cão preso ao automóvel granjeado no  ardil da flor murcha
desapegou
arrojando um cedro vermelho

erro apocalíptico do negociador de ilusões retido no    enfardamento do tempo 
validade expirada na asquerosa prateleira do mercado

uma humana cria dormia exausta de tanto dormir
uma prostituta sem cliente ao frio
o cão latia atarefado de tanto latir
a dona desesperava pelo tempo perdido 
sem amante sem marido




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