poucos os anos
os anos são sempre poucos
e passam mais depressa
que a temível velhice
as tuas carnes apodreciam no bule de seis asas
uma mariposa esvoaça nas veias
ansiosa a dona do cão preso ao automóvel granjeado no ardil da flor murcha
desapegou
arrojando um cedro vermelho
erro apocalíptico do negociador de ilusões retido no enfardamento do tempo
validade expirada na asquerosa prateleira do mercado
uma humana cria dormia exausta de tanto dormir
uma prostituta sem cliente ao frio
o cão latia atarefado de tanto latir
a dona desesperava pelo tempo perdido
sem amante sem marido
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